A análise geográfica dos vínculos ativos de emprego no Brasil é um tema que ganha cada vez mais relevância no contexto econômico atual. Com a crescente utilização de ferramentas de geoprocessamento e análise de dados, podemos visualizar e compreender melhor as dinâmicas do mercado de trabalho em diferentes regiões do país.
Neste artigo, apresentamos uma análise abrangente e atualizada sobre a análise geográfica dos vínculos ativos no Brasil, utilizando dados de fontes confiáveis como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Role a tela e confira!
O que é um vínculo empregatício?
Antes de analisarmos os gráficos, é fundamental compreendermos o conceito de vínculo empregatício. Um vínculo empregatício é a relação formal entre um empregador e um empregado, caracterizada pela prestação de serviços em troca de remuneração.
Essa relação é regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil, que estabelece direitos e deveres para ambas as partes. Ao explorarmos os gráficos, veremos como os vínculos ativos variam ao longo do tempo e entre as diversas áreas da economia, ajudando a identificar tendências de geomarketing e desafios no cenário atual do emprego no Brasil.
Linha do tempo: Estoque de empregos formais
A análise do estoque de empregos formais no Brasil, revela uma trajetória marcada por flutuações significativas nos últimos anos. Em 2018, o estoque alcançou 421.078 milhões de vínculos ativos. Em 2019, houve um crescimento expressivo, com 559.626 milhões, indicando uma recuperação no mercado de trabalho. No entanto, 2020 trouxe uma queda abrupta, reduzindo o número para apenas 190.596 milhões, refletindo o impacto da pandemia de COVID-19.
A recuperação em 2021 foi tímida, com 278.110 milhões de empregos formais, mas ainda abaixo dos níveis pré-pandemia. Em 2022, o estoque caiu novamente para 201.365 milhões, sugerindo um mercado de trabalho instável. Os dados de 2023 indicam uma continuidade dessa tendência de queda, com 146.150 milhões de vínculos ativos.
Vínculos ativos por regiões brasileiras
A análise dos vínculos ativos por regiões no Brasil em 2023 revela diferenças significativas no desenvolvimento do mercado. Na região Sudeste, o estoque de empregos formais se destacou, alcançando 710.951 vínculos ativos. O Sudeste continua sendo o motor econômico do país, embora tenha sofrido uma redução em relação aos 977.793 de 2022.
O Nordeste, com 294.967 vínculos, apresenta um desempenho considerável, mas em declínio em comparação com os 379.076 do ano anterior. A região Sul, com aproximadamente 197 milhões de empregos formais, também teve uma diminuição em relação aos 309.009 de 2022, mostrando uma tendência de queda em sua capacidade de geração de empregos.
No Centro-Oeste, o número de vínculos ativos caiu de 230.667 em 2022 para 153.076 em 2023, refletindo desafios na economia regional. Já na Região Norte, a quantidade de vínculos ativos foi de 107.043, com uma leve diminuição em relação aos 118.565 do ano anterior.
Características individuais de trabalhadores ativos
Os dados apresentados na pesquisa também apontam diferentes características dos trabalhadores no ano de 2023, como a variação relativa do grau de instrução (escolaridade), idade e sexo. Saiba mais a seguir:
Grau de instrução
Os analfabetos enfrentaram uma redução de 28% em seus vínculos ativos, indicando um desafio crescente para essa parcela da população em encontrar oportunidades. Aqueles com ensino médio incompleto também apresentaram uma diminuição de 7%, sugerindo dificuldades de inserção no mercado, mesmo com um nível educacional relativamente mais alto.
A situação é ainda mais alarmante para os trabalhadores com ensino médio completo, cuja participação caiu 19%. Por fim, o grupo de profissionais com ensino superior completo sofreu uma queda acentuada de 90%, evidenciando a escassez de oportunidades adequadas para esses trabalhadores qualificados.
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Sexo
A análise dos vínculos ativos por sexo em 2023 revela uma queda significativa para ambos os gêneros no mercado de trabalho. Os dados mostram que os trabalhadores masculinos enfrentaram uma diminuição de 22% em seus vínculos ativos, o que indica desafios consideráveis para esse grupo na manutenção de empregos formais.
Em contraste, as trabalhadoras femininas enfrentaram uma queda ainda mais acentuada, com uma redução de 33% nos vínculos ativos. Essa diferença ressalta as desigualdades persistentes no mercado de trabalho, onde as mulheres enfrentam barreiras adicionais que dificultam sua inserção e permanência.
Idade
A análise dos vínculos ativos por idade em 2023 revela um panorama contrastante e preocupante. Para trabalhadores de 14 anos, houve um aumento de 20% nos vínculos, indicando um potencial crescente de inserção juvenil no mercado de trabalho. No entanto, esse otimismo acaba mudando com a idade.
Os trabalhadores de 20 anos apresentaram uma redução de 18% em seus vínculos, enquanto aqueles com 30 anos enfrentaram uma queda alarmante de 83%. As perdas continuam para a faixa etária de 40 anos, que viu uma diminuição de 73% nos vínculos ativos.
Por outro lado, os trabalhadores de 61 anos mostraram um leve crescimento de 8%, sugerindo uma resiliência entre os profissionais mais velhos. Já os de 70 anos registraram uma queda de 9%. Esses dados enfatizam a necessidade de estratégias de expansão que promovam a inclusão e a permanência de trabalhadores em todas as faixas etárias, garantindo que todos tenham acesso a oportunidades no mercado de trabalho.
Principais ocupações e salários
A análise de ocupações e salários em 2023 revela tendências distintas no mercado de trabalho. As áreas de saúde humana e serviços sociais cresceram 14%, assim como as indústrias extrativas, com um aumento de 11%. No entanto, a educação enfrentou uma queda alarmante de 44%, enquanto a construção registrou uma diminuição de 18%, destacando os desafios enfrentados por esses setores.
Em relação aos salários, a faixa de R$ 2.400 a R$ 3.600 viu um aumento significativo de 29%. Por outro lado, as posições mais altas, com salários entre R$ 12.000 e R$ 18.000, tiveram uma redução de 7%. Esses dados ressaltam a necessidade de políticas que promovam a valorização profissional e a equidade salarial em todas as áreas.
Como utilizar vínculos empregatícios para insights
A análise de dados sobre vínculos empregatícios permite extrair uma série de insights valiosos. Além de possibilitar a compreensão sobre salários e desempenho nas diferentes regiões brasileiras, classificados por características sociodemográficas, esses dados apresentam um potencial significativo para diversos setores, mas, principalmente ao setor educacional.
Universidades e polos educacionais podem utilizar essa base de dados para obter uma visão estratégica que favoreça a prospecção de novos polos, a identificação de oportunidades para parcerias e o entendimento sobre o perfil ideal de clientes em cada região.
Funcionamento da análise na plataforma Datlo
Suponhamos que uma instituição educacional deseje expandir seus polos para novas regiões. Para isso, ela busca identificar quais profissões estão em ascensão. Com base nessa análise, é possível aplicar estratégias de Go-to-Market, possibilitando tanto a criação de novos polos quanto gerar planos de ação para os polos atuais. Essa análise também facilita a identificação de potenciais parcerias com outras instituições de ensino, em sintonia com a demanda do mercado.
Veja a seguir uma análise realizada sobre os empregos que estão em ascensão desde 2023:
📌A análise foi realizada com base na variação relativa das seções do CNAE de 2023, em comparação com 2022.
Esperamos que as informações e dados sobre os vínculos empregatícios ativos no Brasil tenham sido úteis e esclarecedores. Continue navegando no blog da Datlo e conheça outros conteúdos sobre geomarketing, pesquisas de mercado e muito mais.
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