A taxa de Sobrevivência das Empresas é um indicador que deve ser analisado e muitas pessoas já perceberam isso! Entidades públicas e privadas já estão voltando o olho para o mercado nacional e levantando pesquisas sobre esse indicador, segundo uma pesquisa feita pelo Sebrae, por exemplo, cerca de 38% das empresas brasileiras fecham antes de 5 anos.
A falência é um fenômeno recorrente no mundo dos negócios e reflete uma combinação de fatores econômicos, regulatórios e sociais. E com a crescente volatilidade dos mercados financeiros e a rapidez das transformações econômicas e tecnológicas, compreender as causas, os efeitos e as implicações da falência empresarial tornou-se essencial para analisar os riscos e as oportunidades dentro do ambiente corporativo.
Levando em consideração a relevância desse tema e inspirado por uma pesquisa feita pelo veículo de comunicação Visual Capitalist sobre o mercado internacional, a Datlo levantou informações sobre a taxa de Sobrevivência das Empresas brasileiras na última década por segmentos. Neste artigo, exploraremos quais os segmentos nacionais com maior ciclo de vida.
O que é a taxa de Sobrevivência das Empresas
Antes de entrarmos a fundo nos resultados da análise, precisamos entender sobre o que seria essa taxa de Sobrevivência das Empresas, como foi feita e calculada a pesquisa e qual a sua relevância no mercado atual.
A taxa de Sobrevivência das Empresas mede a proporção de negócios que permanecem ativos ao longo do tempo após sua abertura, no caso da nossa pesquisa, analisamos empresas fundadas em 2014 e acompanhamos sua situação até 2024, utilizando dados oficiais da Receita Federal.
Para o cálculo da Taxa de Sobrevivência das empresas ano a ano, foi considerado total de empresas abertas em 2014, sendo calculado o percentual dessas empresas que permaneceram em funcionamento (não baixadas) em cada ano entre 2014 e 2024. Essa métrica foi organizada por setores econômicos (CNAE), permitindo identificar tendências e desafios específicos de cada área de atuação.
Entender a taxa de sobrevivência é essencial no cenário atual, pois oferece insights sobre a estabilidade de diferentes mercados e setores. Em um ambiente econômico competitivo e dinâmico, essas informações ajudam empreendedores a identificar os fatores que influenciam o sucesso ou o encerramento de negócios.
Assim, a taxa de sobrevivência se torna um termômetro do ambiente empresarial, refletindo a capacidade de adaptação das empresas às adversidades do mercado.
A importância do CNAE e oportunidades comerciais
Como citado acima, analisamos esta métrica observando dados da Receita Federal sobre o CNAE das empresas.
Utilizar o CNAE permite que empresas e investidores compreendam melhor a distribuição de atividades econômicas no país. Ao analisar quais setores apresentam maior número de empresas ativas ou em crescimento, é possível identificar tendências de mercado, avaliar a concorrência e detectar oportunidades de negócios. Por exemplo, um aumento significativo no número de empresas com determinado CNAE pode indicar um setor em expansão.
Por isso, compreender e utilizar o CNAE de forma estratégica possibilita uma visão mais clara do panorama econômico, permitindo a tomada de decisões informadas, a identificação de nichos promissores no mercado atual e a identificação dos segmentos com maior taxa de Sobrevivência das Empresas na última década.
Leia também: CNAE: o que é e como gerar oportunidades comerciais B2B
Quais segmentos apresentam maior taxa de Sobrevivência das Empresas?
A análise das taxas de sobrevivência revela diferenças significativas entre os setores econômicos ao longo do período de 10 anos (2014-2024).
Utilizando os parâmetros estabelecidos na pesquisa – empresas com ano de abertura em 2014 e situação cadastral ativa ou baixada até 2024 – foram analisadas um total de 2.022.877 empresas, e a distribuição delas variam entre os setores, refletindo a participação de cada atividade em nosso cotidiano e na economia.
Por exemplo, o segmento de Comércio concentrou cerca de 691 mil empresas, Educação e Agricultura registraram aproximadamente 53 mil e 38 mil, respectivamente, enquanto isso o segmento Financeiro registrou cerca de 21 mil empresas.
Esses dados evidenciam a importância de considerar, em análises como esta, a prevalência de determinados tipos de negócios. A maior presença de comércios em comparação a empresas do setor financeiro, como cooperativas ou seguradoras, reflete padrões econômicos e comportamentais que influenciam tanto a taxa de entrada quanto a de sobrevivência de cada segmento.
Setores mais resilientes, como Eletricidade, registraram uma taxa de sobrevivência de 78% em 2024, enquanto segmentos como Alimentação e hospedagem apresentaram uma taxa de apenas 39% no mesmo período, refletindo a volatilidade de mercados mais sensíveis.
Setores como o de Saúde e Financeiro também demonstraram maior resiliência, com taxas de sobrevivência em 63% e 72%, respectivamente, em 2024. Em contraste, atividades relacionadas à Construção e Comércio apresentaram quedas significativas, chegando a taxas de 50% e 43%, indicando maior fragilidade diante de desafios econômicos.
A análise também destaca o impacto de períodos críticos, como o intervalo de 2018 a 2020, onde vários setores apresentaram quedas acentuadas em suas taxas de sobrevivência. Por exemplo, o setor de Arte caiu de 63% para 57%, refletindo desafios enfrentados por esses segmentos específicos.
Essa redução pode ser atribuída a diversos fatores, além da pandemia de 2020, como cortes orçamentários e reduções abrupta do Estado no financiamento e apoio às atividades culturais, juntamente com a crise econômica que o país atravessava, contribuiu para a fragilização das empresas desse segmento.
Esses fatores combinados criaram um ambiente desfavorável para a manutenção e crescimento das empresas no setor de Artes, Cultura, Esporte e Recreação, resultando na queda observada na taxa de sobrevivência entre 2018 e 2020.
Essas informações são cruciais para compreender a resiliência de diferentes setores e guiar estratégias de investimento e suporte. Além disso, é interessante observar como a Idade das Empresas afeta a dinâmica de sobrevivência em cada segmento.
Ao observar essas tendências, é possível identificar setores que demandam maior atenção e suporte para melhorar a longevidade das empresas, bem como áreas com maior potencial de crescimento e resiliência.
Confira a análise completa abaixo.
Quais estratégias podem aumentar o tempo de Sobrevivência das Empresas?
A longevidade das empresas está diretamente ligada à capacidade de adaptação e planejamento estratégico. Um planejamento, aliado ao estudo de mercado, permite identificar oportunidades e evitar riscos que podem comprometer o negócio. Além disso, compreender as tendências de cada setor econômico é essencial para desenvolver estratégias eficazes e identificar mercados menos saturados.
O uso de dados também é outro fator decisivo. Informações estruturadas, como as taxas de sobrevivência por setor, não só oferecem uma base para decisões mais seguras, mas também ajudam a identificar setores com menor taxa de sobrevivência que podem apresentar oportunidades para entrada ou expansão estratégica.
Essa análise, que muitas vezes é realizada em escala global, também pode ser refinada para uma granularidade menor, como regiões e cidades específicas, ampliando as possibilidades de crescimento em áreas com alta demanda e baixa concorrência.
Por exemplo, ao analisarmos a seção de Agricultura e Pecuária na cidade de Manaus, podemos observar, na análise abaixo, que os tons mais escuros de vermelho indicam maior Idade das Empresas, refletindo uma taxa de sobrevivência mais alta. Essa abordagem permite avaliar diversos setores em diferentes regiões, ajudando a identificar oportunidades para entrada em novos mercados e municípios, ou até para reforçar a presença em áreas estratégicas com menor saturação competitiva.
Ferramenta de dados de mercado
O cruzamento de informações geográficas e dados econômicos, podem revelar insights sobre o mercado local, regional e nacional. Isso ajuda a antecipar mudanças e identificar novas oportunidades, aumentando as chances de sobrevivência a longo prazo.
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